terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pele Atópica - Parte II

No seguimento do ultimo post Pele Atópica - Parte I  , aqui fica uma revisão de vários dos produtos que já utilizei para a pele atópica, pelo menos nos anos recentes. Para facilitar, vou dividir entre produtos de limpeza, hidratação e complementos.

A começar pela LIMPEZA:



Com a pele que tenho, não posso usar um gel de banho qualquer. Não pode ser muito agressivo, senão a pele fica a parecer que foi toda esfolada ou então fica toda ressequida. Por outro lado, gosto de um bom cheirinho. Sim, produtos específicos para pele atópica têm a desvantagem de não ter perfumes, mas sinceramente a mim não me traz problemas, pelo que opto por produtos não tão específicos para atopia só para poder usar coisas cheirosas...... e eu ADORO o cheiro da Nivea.

O benefício deste produto é que já é bem hidratante o que facilita bastante as coisas no passo seguinte, o colocar o creme corporal.
 
 


Ok, full disclosure, quando eu o usei não tinha este aspecto. Não sei se foi só a embalagem que mudou ou se também mudou a formulação. Enfim.

Ok, óleo de duche. Parece estranho não é? Mas não. Muito hidratante, como podem imaginar, passamos pelo corpo e basta um pouco de água para fazer espuma. E até tem um cheiro agradável. Eu também fazia outra utilização dele que era de gel para a depilação, pois se o aplicarmos sem água e fizermos uma ligeira massagem, o óleo fica mais consistente e depois de passarmos a lâmina é só lavar as pernas e voilà, macias macias.

E sim, tudo o resto que utilizei foram produtos normalíssimos para peles normais, pelo que não vale a pena referir e vamos à HIDRATAÇÃO.




....ou como eu lhe chamo, Nivea com óleo de amêndoas doces, o que no meu caso faz toda a diferença já que não consigo adquirir o mesmo grau de hidratação com os outros cremes da marca. Já devem ter reparado que eu gosto de Nívea. É verdade, dou-me bem com a marca, o que nos casos de pele atópica é muito importante. Muitas vezes vamos atrás de alguma marca que ouvimos dizer que é muito boa e tal só para descobrirmos que connosco tal não acontece, algum excipiente diferente que nos pode dar alguma reacção alérgica por exemplo. É por isso que muita gente prefere manter-se com gamas já conhecidas pois a probabilidade é que a nossa pele goste do resto dos produtos.
 
 




Este foi uma surpresa. Embora seja chamado de loção, a sua textura é mais espessa, como um creme, e bem hidratante. Não tem perfume, mas o cheiro é agradável. Consigo aplicar directamente em zonas mais sensíveis / pequenas feridas e não arde. Além disso também é muito agradável para fazer massagens nos pés ou utilizar como creme de mãos numa crise de dermatite.
 
 


A gama ph5 é a gama da Eucerin para peles sensíveis. O produto é bom.... mas não para a minha pele. Sinceramente não tem o poder hidratante comparável AtopiControl ou ao Nívea. Talvez para se usar no inverno, mas não tem potência para uma pele sujeita às agressões do verão (altura em que EU sofro mais. Nunca é demais relembrar, esta é a minha perspectiva, sei perfeitamente que outras pessoas têm problemas/experiências diferentes)





Primeiro de tudo, é um leite corporal e como tal bastante fluido. Eu não gosto da textura, parece sempre que não vai hidratar o suficiente. A verdade é que não fico com a pele escamosa, portanto parece que faz o trabalho dele, mas por outro lado não deixa aquela sensação de pele macia ao toque e o cheiro é um pouco "meh", pelo que deixo para outras ocasiões.





Ora aqui está um creme que tem tudo o que procuro num hidratante: A pele fica hidratada, suave ao toque e cheira tão, tão bem. Há quem diga que ele deixa uma textura gordurosa. É possível, em peles que não sejam secas pode não ser tão bem absorvido, mas na minha funciona lindamente.

Posso acrescentar que já tenho experimentado alguns cremes hidratantes que para mim (leia-se, para a minha pele) de hidratante não têm nada. Lembro-me de há uns anos atrás experimentar um Palmolive que me deixou a pele toda escamosa. O produto é mau? Não, a minha mãe adora. Agora, não, não é para mim.

E chegou a parte dos COMPLEMENTOS. Porque há sempre mais aquela coisinha que temos que usar quando a nossa pele não é lá grande coisa....



 
 
Este creme supostamente seria uma alternativa ao uso de cortisonas, mas eu não notei grandes melhoras. Podia ser porque estava numa fase muito muito aguda e que se calhar nem com cortisona lá ia, não sei. De qualquer modo cá está guardadinho sempre pronto a utilizar quando for preciso.
 
 
 
 
 
Outro que não tive uma boa experiência. Não notei grande diferença entre usar este creme ou o meu creme normal a nível de retirar a comichão. Acho que precisa de ser "testado" por alguém que não sofra de comichões tão frequentes para dizer se é um bom produto ou não. Pessoalmente não gostei do cheiro.
 
E pronto, acho que já chega. Um dia ainda gostava de experimentar Avene, Uriage ou A-Derma. Por enquanto vou-me ficando por estes.
 
Até à próxima.

Edit (25/04/17):
Foi só ao escrever sobre peles intolerantes que me lembrei que afinal já tinha experimentado um produto da gama da A-Derma, o Sensifluid Gel Espuma Gordo

 
Não é propriamente específico para peles atópicas, mas serve para mostrar que ás vezes podemos variar de gamas de forma a irmos buscar aquilo que faz mais sentido para a nossa pele. Pele atópica precisa de produtos bastante suaves, com substâncias pouco irritantes tal como as peles sensíveis para as quais este produto é indicado, e como ele tem uma composição gorda, faz todo o sentido usar numa pele seca. Lembro-me de ter gostado da textura (não faz espuma mas deixava a pele muito suave) e de ter um perfume fraquinho mas agradável. Não me lembro se o utilizei durante alguma crise de eczema nem qual foi o resultado, mas não pode ter sido mau, senão lembrava-me, eheh.
 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pele Atópica – Parte I

Quantos de nós já ouvimos falar de pele atópica, dermatite atópica ou eczema sem saber exactamente o que isso é? Geralmente associamos a uma doença qualquer de pele nos bebés, que dá muita comichão e a pele acaba por ficar em carne viva e pouco mais.
Ora bem, pele atópica não é nada mais nada menos que uma pele em que a camada lipídica não é suficiente para reter a água, resultando em secura e hipersensibilidade da pele, podendo dar origem a inflamação (vermelhidão, comichão, borbulhas…). É mais comum nos bebés, pois a pele pode ainda estar imatura e não haver um equilíbrio lipídico adequado, mas também pode continuar pela vida fora até idade adulta. O mais normal porém e desaparecer quando se entra na adolescência.
A dermatite atópica, ou eczema, não é nada mais, nada menos do que o nome dessa inflamação de pele causada pela falta de lípidos que retenham a água. Dermatite= Derme (camada profunda da pele) + “ite” (Inflamação). Não é contagiosa. Tem uma grande componente genética associada: filhos de pais com história de atopia têm mais probabilidades de vir a desenvolver o problema. A parte imunológica também é muito prevalente. Geralmente estas pessoas têm um sistema imunitário muito reactivo que na presença de alérgenos (seja pó, fibras sintéticas, detergentes, fragrâncias…) é excessivamente activado, resultando da tal vermelhidão e prurido descritos anteriormente. Não esquecer que estas peles têm uma camada lipídica reduzida o que faz com que as suas defesas estejam diminuídas e assim qualquer alérgeno que entre em contacto com a pele é mais facilmente detectado pelo sistema imunitário. Outra característica muito comum é que estas pessoas têm maior facilidade de desenvolver outras doenças de carácter alérgico como rinites ou asma.
E quais são as áreas mais afectadas? Bem, nos bebés é a face queixo e pescoço. Mais tarde estende-se às dobras da pele e articulações (cotovelos, parte detrás dos joelhos, pulsos). No adulto as articulações continuam a ser as partes mais afectadas. Contacto com alérgenos, vento, frio ou calor podem desencadear uma crise pois basta que a pele perca a sua camada lipídica. Essa crise pode afectar uma ou várias partes do corpo, e em crises diferentes, locais diferentes podem ser afectados. Passada a crise, entra-se no chamado processo de remissão, em que o corpo entra na cura da pele afectada.
O que fazer então para prevenir e tratar crises? Bastante óbvio por acaso. Se pensarmos que tudo isto surge por falta de lípidos da pele, temos de recolocar os lípidos, ou seja, gordura. Um bom creme hidratante é essencial, de preferência com uma fase gorda bastante pronunciada (isto porque os cremes são constituídos por uma fase aquosa e uma fase lipófila, a chamada fase gorda que neste caso é o que vamos precisar). Também é necessário que o creme tenha poucos ou nenhum perfume e poucos conservantes, de forma a minimizar a formação de alguma alergia.
Outra parte muito importante é a limpeza, uma vez que a água e os produtos de limpeza normais acabam por retirar a gordura da pele (que neste caso é essencial) e que neste caso devem ser substituídos por produtos de limpeza sem sabão que não interfiram no equilíbrio hidrolipídico da pele. E nunca esquecer, que a seguir a uma limpeza temos sempre de hidratar a seguir. Se isto já é verdade numa pele normal, numa pele atópica então é essencial.
Por último existem alguns produtos mais específicos que podem ser usados ou em alturas de crise ou para evitá-las. Por exemplo, um bom creme barreira é sempre essencial quando se sabe que se vai estar em contacto com algo que vai agravar a situação (por exemplo uma ida à piscina ou à praia).
Este é um tema que a mim me diz muito, pois toda a minha vida sofri de pele atópica. E se bem que na adolescência melhorou muito a verdade é que ainda hoje tenho crises de eczema. E sim, já passei por muitos cremes e produtos de limpeza pela minha vida, pelo que vou fazer uma avaliação muito subjectiva no meu próximo post.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Protecção Solar - Parte II

Hoje vou partilhar com vocês as minhas experiências com diferentes protectores solares que usei nos últimos anos. Como tal, é uma avaliação puramente subjectiva, que tem em conta os resultados de diversas aplicações numa só pessoa, moi.

 
 
A Avène tem uma gama de solares para peles sensíveis, que são estes laranjas, e uma gama para peles "ultra-sensíveis" que é a gama branca (protectores minerais). A grande diferença entre este para crianças e o normal, é que este não tem perfume. E sim, isso para mim fez toda a diferença. E agora vocês pensam que é porque assim não me fez reacção alérgica, bláblá, mas não, a diferença que fez é que eu não gostei deste protector. Porque não tinha cheiro. Chamem-me maluca, mas é essa a verdade. Senti falta do cheirinho a protector solar que acabo por associar a praia. Adoro cremes com perfume.
 
Full disclosure, tenho uma pele atópica, alguma tendência a eczema e supostamente deveria usar cremes sem perfume ou outras coisas que me irritem a pele. Ao que parece, o perfume não me irrita a pele. Uso vários cremes hidratantes com perfume e protectores solares também. Acho que a lição a tirar daqui é que cada um deve conhecer a sua pele e usar aquilo que a pele quer, ou suporta. No meu caso suporta perfume e adoro o cheirinho do protector de adultos. Enfim.
 
Fora esse pequeno pormenor, gosto bastante do produto. Espalha bem, não fica branco, escaldões nem vê-los, tudo aquilo que queremos num protector solar. Talvez o único contra tenha sido mesmo a areia que se enfiou no dispositivo de spray e que fez com que não funcionasse (culpa minha!) ou então a minha inabilidade de pulverizar o produto uniformemente (a minha técnica acabou por ser umas borrifadelas e depois com a mão espalhar tudo).
 
 
 
 
 
 
Este foi o protector facial que usei este ano. O meu nariz é muito propenso a queimar e portanto preciso de um factor mais elevado aqui. A Avène tem várias versões, em creme para peles secas, emulsão para normais a mistas, Cleanance para peles oleosas e ainda um com cor para disfarçar imperfeições.
 
O dispensador deixa sair quantidades pequenas no produto o que é ideal para aplicar ou reaplicar no rosto. Este já tem o tal perfume dos solares pelo que foi bastante agradável. A textura é bastante leve, portanto absorve rapidamente e não tive nenhuns problemas com o produto escorrer para os olhos com o suor ou assim. Também já usei como base de maquilhagem.
 
 
 
 
 
Ao principio estava um pouco apreensiva: um óleo como protector solar? Será que resulta? Bem, usei no ano passado e realmente protegeu-me a pele. Agora verdade seja dita, já só usei mais para o fim da época balnear pelo que já estava morena e a pele não precisava de tanta protecção.
 
E o que é o óleo seco? Bem, este óleo tem uma textura diferente é verdade. Em vez daqueles óleos tipo óleo Johnson ou óleo da cozinha que deixa tudo gorduroso, este óleo aplica-se e é rapidamente absorvido deixando a pele hidratada mas não gordurosa (ou pelo menos a minha que é seca. Não sei como funciona com peles mais oleosas). Funciona muito bem também com pessoas peludas, pois espalha melhor que um creme. E deixa um brilhozinho que dá logo um outro aspecto ao bronze.
 
Lado negativo: Não durou de um ano para o outro. O liquido tornou-se baço e esbranquiçado, não tive coragem de o usar este ano. Além disso, mais uma vez, consegui estragar o dispositivo de spray. Ainda tentei desenroscar e usar directamente na palma da mão mas o que ganhei com isso foi besuntar o baralho de cartas com óleo. Agora toda a gente conhece o Ás e o dois de espadas.
 
 
 
 
 
Fora das marcas de farmácia, a Nívea é uma das minhas favoritas, seja em protectores solares seja em loções corporais. Mais uma vez, adoro o perfume. Temos utilizado sempre em loção embora exista também em spray e em óleo, mas desastrada como sou, prefiro a loção, para mim é mais fácil de se aplicar. No entanto já reparei que depois de aplicar convém deixar passar uns minutos até ir à água, pois dá a sensação que o creme vem ao de cima e fiquei com as pernas todas brancas (pode ter sido azar, tenho de experimentar outra vez). Mais uma vez, fez uma boa protecção e deixou a pele hidratada, que mais posso pedir?
 
Quanto à parte do bronzeado, não sei o que dizer. Realmente fiquei morena, mas eu tenho os melanócitos muito activos de natureza, não qual o peso que o produto teve nessa situação.
 
 
 
 
 
Antes de mais, adoro o "gatilho" deste spray. Isto sim, foi feito para pessoas desastradas como eu. Nada de o dedo escorregar para o lado ou assim, ou de não se fazer força suficiente para sair um jacto. Em termos de protecção também não tenho nada apontar, ele fez o seu trabalho.... mas.
 
Mas fez-me também uma alergia que eu não contava com ela. Ao segundo dia de o usar reparei que as minhas pernas estavam cheias de pequenas borbulhinhas que atribuí ao facto de os pelos (inexistentes coffcoffmentiracoff) estarem a nascer. Mas depois comecei a ter noutros sitio em que já não havia essa desculpa. Passados uns 4 dias usei de novo e fiquei desta vez com a barriga cheia das tais borbulhinhas pelo que quase comprova a minha teoria. Mas mais ninguém que usou ficou assim pelo que atribuo à minha pele sensível. Afinal não posso usar qualquer coisa. Em retrospectiva deveria ter usado o Sensitive Advanced talvez. Fica para a próxima.
 
 
E é isto. Gostava de vos dizer que com toda esta utilização de produtos nunca apanhei um escaldão, mas a verdade é que por muito bons que sejam os produtos, se nós não os reaplicarmos regularmente, não há milagres. Já tenho na calha mais algumas marcas que gostaria de experimentar (Eucerin e Piz Buin) mas para isso preciso de mais tempo livre para ir para a praia. Mais algumas marcas que recomendem?
 
Fiquem bem.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Protecção solar – Parte I

Estamos a meio do verão e como tal um tema muito falado é a protecção solar. Fala-se em blogs (eheh), programas de televisão, publicidade e até músicas, portanto toda a gente sabe alguma coisa de protecção solar, nem que seja o básico. Ora vamos lá fazer um apanhado das informações.

A chamada radiação solar é composta por um conjunto de radiação electromagnética no qual se inclui a radiação visível (as cores), radiação infravermelha (que nos dá a sensação de calor) e radiação ultravioleta (ultravioleta A “UVA” e ultravioleta B “UVB”). Esta última é a mais falada quando se fala de protecção solar pois é a que efectivamente causa problemas. As radiações UVA e UVB são diferentes mas igualmente perigosas.

A radiação UVA gera radicais livres na pele que podem danificar o colagénio e elastina da pele, que provoca perda de elasticidade e envelhecimento precoce (leia-se, rugas). Também causa a libertação de melanina armazenada dos melanócitos que se encontram na pele, levando ao aparecimento da pele bronzeada. A melanina funciona como uma espécie de escudo que evita que a radiação prejudique o ADN das células, que pode levar ao aparecimento de cancros (no caso da UVA, pode dar origem a melanomas). Mas como todos já sabemos, o processo do bronzeado demora tempo (numas pessoas mais que outras) e enquanto decorre o processo de bronzeamento a pele fica efectivamente desprotegida da radiação solar!

Já a radiação UVB estimula a criação de nova melanina e vitamina D mas causa queimaduras solares e pode dar origem a outros cancros que não melanomas. Ora com esta conversa toda mesmo um leigo depreende que deve aplicar um protector solar com protecção UVA + UVB.

Outra coisa que se fala sempre que se discute protecção solar é o FPS (factor de protecção solar). As pessoas falam de factor 20, 30, 50+ mas não sabem muito bem do que estão a falar. Geralmente têm a ideia que 50+ é para pessoas branquinhas (o que não está errado, mas não é completamente correcto) e que se forem para a praia com um protector desses então nunca se vão bronzear portanto-dê-me-o-mais-baixinho-muito-obrigada.

Portanto, momento de confessionário: até há bem pouco tempo também não sabia o que era o FPS. Aprendi então que este factor de protecção é a relação entre o tempo que a pessoa pode estar ao sol sem se queimar usando o protector solar e o tempo que pode ficar ao sol sem se queimar sem usar protecção. Portanto se 5 minutos de sol são o suficiente para começar a queimar, em teoria com um protector 50 seriam 50x5 = 250 minutos (pouco mais de 4 horas). Pois…. É tudo muito bonito mas a aplicação do protector solar tem algumas falhas: nós nunca usamos a quantidade recomendada, não reaplicamos como é suposto (aplicar 15 a 30 minutos antes da exposição, e reaplicar a cada 2h ou quando formos ao banho ou se suarmos muito) e a absorção do protector solar pode variar de pessoa para pessoa por causa do tipo e do estado de pele.

Regra geral escolhe-se o FPS conforme o fototipo de pele, o tipo de actividade (é diferente passar dias inteiros na praia ou aplicar apenas porque se saiu à rua), o objectivo da protecção (tratamento despigmentante, tratamento anti acneico, ou rosácea quererem protecções mais elevadas) e se a pessoa já está bronzeada ou não.

Quanto ao fototipo também já muita gente ouviu falar. É a caracterização da nossa pele de acordo com a cor e a relação com a resistência à radiação solar. Costuma ter também em conta a cor dos olhos e cabelo:

  • FOTOTIPO I – Pele muito branca, cabelo loiro ou ruivo, olhos azuis, sardas - não se bronzeia e queima-se sempre - (muito sensível à radiação solar);
  • FOTOTIPO II - Pele clara, cabelo loiro ou ruivo, olhos claros - bronzeado difícil e queima-se facilmente – (sensível à radiação solar);
  • FOTOTIPO III – Pele clara a média, qualquer cor de cabelo e olhos, bronzeia-se progressivamente e às vezes queima-se – (sensibilidade solar moderada);
  • FOTOTIPO IV – Pele morena, geralmente cabelo e olhos escuros, bronzeia-se com facilidade e raramente se queima – (pouca sensibilidade solar);
  • FOTOTIPO V – Pele morena escura ou castanha, cabelo e olhos escuros, a pele bronzeia muito e muito raramente se queima – (mínima sensibilidade solar);
  • FOTOTIPO VI – Pele negra, cabelo e olhos negros, nunca/muito raramente se queima – (nenhuma sensibilidade solar);

E sim, eu tenho dúvidas se sou III ou IV: a minha pele nunca chega a ser branca (adquiro uma muito linda tonalidade amarela no inverno e bronzeio facilmente no Verão, mas não tanto como antigamente) e já apanhei alguns escaldões ao longo dos anos (mea culpa). Portanto se formos pelas descrições acabo por me identificar na IV, mas se for ver imagens no Google o tipo IV é mais representado por pessoas não caucasianas e aí sou remetida para o III. Seja como for, nestes últimos anos tenho andado a utilizar protecção 30 até porque tenho de o dividir com uma pessoa de fototipo II (utiliza o SPF 30 só quando já tem bronze, até lá é SFP 50+ e grandes raspanetes se se deixa queimar).

E os bronzeadores, perguntam vocês. Pois, a maior parte daquilo a que se chama bronzeadores, são protectores solares com um FPS muito baixo, mas protectores solares na mesma. Podem é ter na sua composição algum ingrediente que alegadamente prolongue o bronzeado ou dê uma cor mais bonita. O meu conselho é só utilizar no caso de já se estar bem bronzeado ou como complemento de um protector solar mais forte. Até porque costumam ser bastante hidratantes e a pele fica muito seca com a exposição solar e exposição ao sal ou ao cloro da piscina. Agora, nunca mas nunca usem óleo Johnson ou óleo de cozinha para bronzear. A única coisa que vai acontecer é a pele fritar (quase literalmente) e as queimaduras solares são ampliadas com a utilização destes óleos. Se gostarem da textura em óleo, já há no mercado várias marcas que fabricam protectores com FPS alto, que hidratam muito a pele e deixa aquele brilho que as pessoas procuram (Avène, Uriage, Nuxe, Nivea só para dizer algumas marcas).

Por último convém referir que há dois tipos de filtros solares: físicos e químicos. O filtro físico está presente nos protectores minerais e bloqueia os raios UV de forma, bem, física! Geralmente à base de dióxido de titânio, ele forma uma barreira protectora que evita que os raios cheguem a entrar pois são reflectidos ou dispersados. Sim, estes são aqueles protectores solares que formam aquela pasta branquinha (o truque para evitar isto é espalhar primeiro o protector nas mãos e depois sim espalhar pelo corpo). São usados em pessoas com pele muito sensível, que façam alergia aos protectores solares químicos e também muito usados em bebés (pois têm uma pele muito imatura). Já os filtros químicos são aqueles que estamos mais habituados e que contêm substâncias que vão interagir com os raios UV (em vez de ser a nossa pele a interagir com eles), protegendo-nos dos seus efeitos nocivos.

E como a noite já vai longa, a Parte II, (onde vou falar de alguns produtos que utilizei ao longo dos anos) fica para outro dia.

Até lá, não sejam Jonis
 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O que é a Dermocosmética?

Ora aqui está uma boa pergunta. Quando na faculdade se falava em dermocosmética, o que nos vinha logo à ideia era "cremes". E sim, muitos de nós eramos preconceituosos o suficiente para pensar que dermocosmética era uma coisa fútil e muito abaixo daquilo que estudávamos, todas aquelas substâncias que faziam a diferença entre a vida e a morte.

Mas temos de analisar bem a palavra Dermocosmética. Na realidade significa Dermatologia + Cosmética e se bem que a parte da cosmética já é considerada mais acessória, a dermatologia já é muito importante, com muitas doenças que podem ser tratadas com todos estes "cremes".
Doenças tão comuns como pele atópica, acne, rosácea, dermatite seborreica, passando por situações mais graves como psoríase, ictiose, há um grande mundo onde existe uma vasta panóplia de cremes, pomadas, loções, sejam cosméticas ou com substâncias activas, vários laboratórios que fabricam produtos diferentes para o mesmo efeito. Como conhecer tudo?

A verdade é que não dá para conhecer tudo. Nem os médicos conhecem tudo (acho). O melhor a fazer é conhecer os princípios básicos por detrás de cada doença ou estado de pele, conhecer a fundo uma ou duas gamas diferentes e depois extrapolar para o resto. E é assim que se vai sobrevivendo. Assim e a consultar os catálogos online e a perguntar a colegas mais experientes a opinião deles.