segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Puericultura

Costumo dizer no gozo, que há duas coisas para as quais a faculdade não nos prepara: olhos e bebés. Sempre que há um problema, a nossa primeira resposta é “fale com o médico”. E quando se trata de puericultura, tudo o que aprendemos é ou com os outros, ou com formações e workshops que vamos fazendo, pois acreditem, nada disto se aprende na faculdade.

Há um mundo de produtos dirigidos a bebés e crianças (e também às mães) no qual só agora ando a descortinar melhor as suas utilizações, e espero conseguir aqui organizar um pouco os tipos de produtos que há e os seus usos. Começando por produtos de higiene e hidratação.

Antes de tudo, vamos falar de marcas e gamas. Quase todas as grandes marcas têm uma gama de bebé. Uriage, Bioderma, Barral, Mustela são das mais conhecidas, no entanto também se encontra Avène e Klorane na farmácia e Corine de Farme mais no supermercado. E fora estas há muito mais marcas que também fabricam estes produtos. Então qual escolher? Pois, isto já vai depender dos gostos pessoas, do tipo de produtos que se está à procura ou do orçamento familiar. Além disso, há sempre a hipótese do bebé reagir mal a determinada marca ou mesmo fazer alergia, e então temos de mudar. E se por acaso o bebé tiver pele atópica, até se pode dar ao caso de não conseguir usar nenhuma destas marcas e ter de usar uma gama própria para pele atópica. O ideal será sempre conseguir amostras de várias marcas e depois experimentar para ver qual a melhor para a situação em particular, mas já sabemos que isso nem sempre é fácil e que se prefere comprar as coisas antes do bebé nascer (e aproveitar promoções) do que depois de se ter experimentado as amostras.

Os produtos em si, temos aqueles que são mais necessários e outros que são mais complemento. Mas como a definição de “necessário” depende muito de pessoa para pessoa, deixo isso ao critério de cada um e passo a descrever apenas as utilizações de cada tipo de produto.

Limpeza

Vamos começar por ver que tipo de produtos podem ser utilizados na higiene do bebé e que são transversais a várias marcas.

Creme lavante:

É o gel de banho dos bebés. Normalmente dá para corpo e cabelo e tem logo uma quantidade de creme hidratante para não secar em demasia a pele no bebé. Não é preciso utilizar grande quantidade (não vamos fazer um banho de espuma) pelo que uma embalagem geralmente dura para muito tempo.


Gel Lavante:

O mesmo, mas sem o teor de creme hidratante. Mais aconselhado a bebés com pele não muito seca.
 
Champô:

Quando os bebés começam a ter mais cabelo, o gel de banho já não é suficiente e precisam de usar um champô próprio. Normalmente continua-se a usar durante a infância até haver necessidade de outro champô mais específico.
 
Água Micelar ou Água de Limpeza:

Para fazer a limpeza do bebé sem ir ao banho, ou seja, limpeza sem enxaguar. Utiliza-se num disco de algodão ou numa compressa e serve para limpar o rosto, zona da fralda, as mãos, seja o que for necessário na altura.
 
Toalhitas:

Embora cada vez mais se aconselhe a não se usar toalhitas em todas as mudas de fralda, e utilizar antes compressas com água morna, a verdade é que por vezes é necessário, especialmente quando nos encontramos fora de casa. Devem-se sempre escolher toalhitas sem álcool para que não sejam agressivas para o rabinho do bebé.
 
 
Hidratação e protecção
 
Depois do bebé lavado, precisamos de restabelecer o filme hidrolipídico da pele, o que significa, usar um produto para a hidratação.

Leite ou Creme Hidratante Corporal:

Dispensa apresentações, é o creme a aplicar diariamente para que a pele do bebé não seque e se mantenha suave e hidratada. Muitos dos produtos podem ser usados para fazer uma pequena massagem no momento da aplicação (se bem que há produtos mais apropriados para massagem).
 
Hidratante Facial:

Porque a pele do rosto é mais sensível, existem cremes hidratantes específicos para esta zona.

Corine de Farme, Mustela ou Uriage.

Cold Cream:

A pele do rosto, além de ser mais sensível, também está mais exposta aos elementos (seja o sol, o frio ou o vento). Os cold creams são cremes mais gordos, que além de hidratarem mais, também têm uma função barreira, razão pela qual as marcas muitas vezes apostam mais neste creme do que nos hidratantes faciais.

Avène, Barral, Bioderma, Corine de Farme, Klorane, Mustela ou Uriage.
 
Creme de muda da fralda:

Eis um tema que ultimamente tem tido algum debate: usar ou não um creme muda fraldas. Por um lado, há quem seja apologista que desde que o rabinho seja bem limpo em todas as mudas e se aplique o creme hidratante normal, em princípio não vai haver necessidade deste creme específico. Outros são da opinião que precisa sim de uma pequena camada de creme, pois tanto a urina como as dejecções são bastante ácidas e vão irritar a zona, portanto convém criar uma barreira. Na minha opinião, acho que depende do bebé que tivermos em casa. Como em quase tudo o que diz respeito a bebés, eles é que “decidem” o que resulta e o que não resulta.

Aqui temos de ter uma coisa em atenção, existem 3 tipos de cremes muda fraldas: os cremes diários, geralmente menos pastosos, que criam uma camada protectora e regeneradora mais suave; os cremes que são utilizados quando já há alguma vermelhidão e irritação, geralmente mais pastosos e com agentes secantes; e por último os cremes mesmo de tratamento, para quando a irritação já tem alguma infecção associada (normalmente fúngica) e que devem ser aconselhados pelo médico. Mais uma vez na minha opinião, a usar um creme todos os dias devemos ir para um menos pastoso, e deixar as pastas de água e creme com óxido de zinco para situações em que já não vai ser apenas uma prevenção, mas já precisamos de fazer algum tratamento.

Cremes de muda diária: Avène, Corine de Farme, Klorane (estes dois últimos, embora tenham óxido de zinco, parecem ser mais para muda diária, mas como não conheço bem os produtos, não consigo fazer bem uma distinção), Mustela ou Uriage. E também muito conhecidos, o Bepanthène muda fraldas, Mitosyl ou Halibut Creme.
Depois os enriquecidos em óxido de zinco ou as pastas de água: Barral, Bioderma. Aqui também encontramos o Halibut pomada, o Carena, a pasta de água da Lutsine ou a pasta de Lassar da Edol.


Outros cuidados

Se em tudo o que falei até aqui existe a opção de comprar ou não (nem que seja entre optar por um tipo de cuidado ou outro), os próximos produtos que vou falar são tão específicos que só faz sentido comprar se houver essa necessidade

Creme peri-bucal:

Os bebés por vezes desenvolvem uma dermatite na zona que rodeia a boca devido ao excesso de humidade, principalmente quando já são mais crescidos e começam a babar mais (seja devido ao crescimento dos dentes ou por andarem sempre com a mão na boca) ou como consequência do uso de chucha. Nestes casos, além do hidratante normal, é aconselhado o uso de um produto específico para tratar essa zona e proteger de agressões futuras.
 
Crosta Láctea:

A crosta láctea é uma forma de dermatite seborreica bastante comum nos bebés. Caracteriza-se pelo aparecimento de descamação no couro cabeludo e áreas envolventes que formam crostas e maior ou menor dimensão. Esta descamação é devida aos efeitos que as hormonas maternas têm no bebé, pois aumentam a segregação de sebo que faz com que as pele não se renove normalmente e acumule as células mortas, criando placas.

Nem todos os bebés apresentam crosta láctea, e quando ela aparece pode ser em maior ou menor quantidade, logo ao nascimento ou bastantes meses depois. Normalmente resolve-se bem usando um creme ou um champô para amolecer as crostas de forma que elas saiam bem no banho e com a ajuda de uma escova suave.

Em situações mais graves, o médico terá de aconselhar outros produtos que ajudem a controlar esta situação.

Linimento:

Ora aqui está um produto que não se ouve falar muito e que costuma suscitar muitas dúvidas. Cada vez mais se procuram alternativas às toalhitas para a limpeza da zona genital, por estas criarem irritações desnecessárias, e começou-se a procurar alternativas mais saudáveis e naturais. Um dos métodos utilizados, será a limpeza com azeite. O azeite, sendo uma gordura, não só limpa a sujidade, como cria logo uma barreira protectora, o que retira a necessidade da utilização de um creme muda fraldas. Mas como no dia-a-dia, limpar com azeite não é prático, os laboratórios pegaram nessa ideia e desenvolveram estes produtos para a limpeza da zona da fralda que não são tão agressivos e que contêm na sua composição certos óleos vegetais que ajudam a criar uma barreira protectora

Óleo de massagem:

Os bebés quando nascem ainda não têm os sentidos muito apurados, mas o mais importante será sem dúvida o tacto. É pelo tacto que começam a conhecer o mundo e é pelo tacto também que fortalecem a relação com os progenitores. Neste sentido, há cada vez mais estudos e profissionais de saúde que defendem os benefícios da massagem no bebé. Para tal, o melhor mesmo é usar um óleo específico, já que os cremes muitas vezes absorvem demasiado rápido para poderem ser usados na massagem. 
Corine de Farme, Mustela ou Uriage
 
E assim penso que falei um pouco sobre todos os produtos que podem ser utilizados nos bebés. Espero que com isto não vos tenha confundido ainda mais. Acreditem, não maneiras certas nem erradas de fazer as coisas, apenas têm de adaptar as necessidades à vossa realidade.

 

 

domingo, 11 de junho de 2017

Rosácea

Como prometido, hoje venho falar desta doença que acaba ainda por ser muito desconhecida por entre a população. A rosácea é uma doença vascular evolutiva, pois tens vários estádios. É caracterizada pelo eritema na face (vermelhidão), problemas a nível vascular e às vezes aparecimento de pústulas e abcessos.
Esta doença tem uma grande componente genética. Sabe-se que é mais comum nas mulheres, dos 30 aos 50 anos, principalmente de pele clara. No entanto, tal como nas peles intolerantes, também é agravada por certos factores ambientais que estimulam a dilatação dos vasos sanguíneos, tal como a exposição solar, as alterações súbitas de temperatura, refeições condimentadas, bebidas alcoólicas e a utilização de produtos de higiene e de cosmética inadaptados.
Numa primeira fase da doença, o estádio I , também chamado de estádio eritematoso, existem os chamados “flushes”, vermelhidões temporárias que aparecem quando existe exposição a algum factor ambiental, ou factor emocional (vergonha, raiva, stress…). Os vasos dilatam e existe um maior afluxo de sangue à superfície que se traduz em vermelhidão generalizada, sensação de calor, picadas e um mau estar geral. Pode ocorrer ocasionalmente ou várias vezes no decorrer do dia, e os flushes podem passar relativamente rápido (10 minutos) ou demorar bastante tempo até a pele regressar ao normal. Muitas vezes esta situação não é logo tratada por as pessoas pensarem que é uma situação normal e que não há nada a fazer. Efectivamente pode não ser Rosácea, mas a pessoa deve sempre ter o cuidado de utilizar produtos adequados a peles sensíveis para não agravar a situação.
No estádio II já existe uma vermelhidão persistente devido às telangiectasias, que é como quem diz, pequenos derrames nos vasos superficiais da face principalmente nas maçãs do rosto e no nariz. Quando chega a esta fase é mais difícil de tratar, mas com os cuidados adequados previne-se a evolução da doença e traz-se um grande conforto para o doente.
No estádio III aparecem pápulas e pústulas, resultantes de uma infecção por um parasita, o Demodex. Por vezes pode ser confundida com um acne de adulto, mas enquanto no acne as lesões aparecem de forma aleatória no rosto, na rosácea concentra-se nas maçãs do rosto, nariz, queixo e sobrancelhas e de uma forma simétrica.
Por último, o estádio IV é pouco frequente, e quando aparece é mais no homem, caracteriza-se por uma hipertrofia tecidular, na maior parte dos casos do nariz (rinofima), se bem que também pode acontecer no queixo, testa, pálpebras ou ouvidos. Estão a ver aquele nariz muito grande, abatatado e vermelho que associamos a alcoólicos? Pois, é isto. Este aumento dos tecidos acontece por hipertrofia (aumento) das glândulas sebáceas, existe dilatação dos vasos superficiais, que lhe confere a cor vermelha, os poros ficam proeminentes e podem aparecer pápulas. O tratamento desta situação já é mais complicado e muitas vezes tem se ser cirúrgico.
Quando se falam em cosméticos para usar na rosácea temos de ter várias coisas em atenção.
Primeiro, os produtos têm de ser muito suaves, perfeitamente adaptados para eles intolerantes, com poucas substâncias (para evitar reacções alérgicas) e com uma formulação que seja fácil de aplicar, para não ter de se friccionar muito.
Depois, têm de ter na sua constituição algo que ajude na parte vascular. Não basta hidratar a pele, temos de aplicar algo que contrarie a dilatação dos vasos, de forma a diminuir o mau estar associado à rosácea. E sim, cada marca utiliza o seu produto, o importante é que o tenham na sua constituição. E isto significa que se uma marca não funciona, podem sempre tentar outra que tenha uma composição diferente e que pode ser que funcione melhor com vocês.
Por último, neste caso a maquilhagem é muito importante. Porque a rosácea pode trazer vários problemas de auto-estima, às vezes não basta tratar, temos de aprender a disfarçar. Pode ser algo tão básico como um BB cream (um creme hidratante que também contém um pouco de cor para uniformizar a pele), ou então uma base ou mesmo um corrector de vermelhidões para se usar antes da base. Qualquer coisa pode fazer uma grande diferença e desde que utilize cosmética adequada, ela não vai piorar a rosácea, muito pelo contrário. Mas sim, aqui convém investir um pouco nas marcas a utilizar, não pode ser maquilhagem do chinês.
Mais uma vez digo que em termos de produtos existem produtos para limpeza, tratamento (creme diário, creme de noite, creme diário com protecção solar…) e complementares (máscaras, cremes SOS…). As gamas a procurar nas marcas mais conhecidas são as seguintes:
A-Derma: Sensiphase AR
Avène: Antirougeurs
La Roche Posay: Rosaliac
Uriage: Roséliane
E pronto, para a próxima vou “atacar” outro tema enorme, neste caso o acne. Até breve.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Peles Intolerantes

E se falar sobre atopia para mim é fácil, pois passei por isso, os próximos dois temas para mim são completamente teóricos, uma vez que nunca os senti na pele (eheh). Vou aqui falar de peles intolerantes e o próximo post vai ser sobre rosácea.
 
Embora sejam dois temas bastante próximos, decidi separá-los, pois não são exactamente a mesma coisa e é bom haver essa noção, já que um é sobre um estado de pele e o outro sobre uma doença.
 
Quando se fala em pele intolerante (ou sensível, reactiva, alérgica, sujeita a vermelhidões…), não estamos a falar num tipo de pele, tal como falamos em peles oleosas, mistas ou secas, mas sim num estado de pele. Aquela pele está hiperreactiva ou seja, reage a estímulos muito pequenos que uma pele normalmente não reage.
Que estímulos são esses? Estamos a falar de estímulos externos, por exemplo do vento, do sol, diferenças de temperatura, tempo seco, ou até pela aplicação de alguns produtos cosméticos e/ou dermatológico. Também a ingestão de certas comidas, como comidas picantes ou álcool, pode levar a reacções que se espelham na pele. Quando a pele não é reactiva, e independentemente do tipo, não reage a estes estímulos, podemos perfeitamente por exemplo, passear na rua e a pele não dá nenhum sinal de alarme. Quando temos uma pele intolerante, a pele reage logo, geralmente sob a forma de vermelhidão, desconforto, sensação de repuxamento, prurido (tal como se fosse uma alergia). O que muda aqui? O limiar de reactividade. Qualquer estímulo, por mais insignificante que seja, pode despoletar uma reacção.
Qualquer pessoa pode apresentar uma pele intolerante, mas há pessoas com mais probabilidades do que outras. Neste caso, as pessoas de fototipo mais baixo (mais branquinhas) têm mais probabilidade, especialmente se a pele for também fina e seca. Os asiáticos por exemplo reagem muito ao picante e ao álcool. Pessoas com altos níveis de stress e ansiedade também têm maior probabilidade de ter uma pele intolerante.
Mas porque é que a pele fica vermelha? Porque existe uma reacção de inflamação na pele e também uma alteração vascular. A inflamação traz vermelhidão, dor, calor. É daqui que vem a sensação da pele repuxar, de ardor, de desconforto. Pela parte vascular, existe uma dilatação dos vasos capilares da face, o que faz aumentar a vermelhidão.
Os produtos aconselhados para peles intolerantes, têm de ser bastante suaves, geralmente com 0% de muita coisa (perfumes, parabenos, conservantes, sabão) para evitar desencadear alguma reacção, mas também devem ter componentes que ajudem a pele a recuperar e a aumentar o limiar de reactividade. Substâncias anti-inflamatórias, anti-oxidantes e com acção vascular são muitas vezes encontradas neste tipo de produtos.
Mais uma vez relembro que existem 3 tipos de produtos que podem ser usados aqui: de limpeza, tratamento e complementares.
Para limpeza, as marcas apostam muito em produtos de fácil aplicação e remoção, pois muitas vezes basta a acção mecânica de esfregar para desencadear uma reacção. Há loções, águas micelares, sabonetes (os chamados “pain”), gel-espuma de limpeza, óleos, fluidos, enfim, muitas opções para todos os tipos de gostos. Também existem desmaquilhantes específicos para peles intolerantes.
Para aplicação diária, normalmente existe o creme de dia, que pode ser normal/ter a indicação de “light” (para peles normais/mistas) ou ter a indicação de “rico” (para peles secas). Muitas gamas apresentam também um creme específico para o contorno dos olhos, que geralmente é uma pele mais sensível que a do rosto, portanto imagine-se nestas situações.
Nos cuidados complementares geralmente encontramos máscaras calmantes e cuidados de emergência, geralmente cremes mais fortes para acalmar a pele naquele momento, que também podem ser usados por outras pessoas quando existe alguma intervenção facial, peeling, laser, exfoliação, depilação ou barbear. Algumas gamas apresentam também desodorizantes (afinal as axilas também podem ser bastante sensíveis) e BB creams (além tratar a vermelhidão, também uniformiza com cor).
De salientar que estes produtos são muitas vezes usados na Rosácea e que no tratamento das peles intolerantes se podem usar os produtos específicos da rosácea, afinal de contas o princípio é semelhante (acalmar a pele, retirar a vermelhidão).
E como encontrar as gamas para peles intolerantes? Muitas marcas usam um esquema de cores para mais facilmente encontrarmos os produtos para cada tipo de situação e a cor reservada para as peles intolerantes é o rosa ou vermelho. Deixo em baixo o nome das gamas de várias marcas de referência e com links para as respectivas páginas de forma a ser mais fácil conhecerem os produtos existentes. Mais uma vez digo, não tenho pele intolerante (mesmo sendo atópica) portanto nunca experimentei nenhum dos produtos e não posso dar opinião.
A-Derma: Sensifluid para limpeza, Sensiphase para tratamento e complementares
Bioderma: Sensibio
La Roche Posay: Toleriane
Uriage: Toléderm
Para a próxima vez, trago o tema da Rosácea, que vai ser como que uma continuação deste tema, e algo que também precisei de estudar bastante, pois não tenho experiência própria.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Pele Atópica - Parte II

No seguimento do ultimo post Pele Atópica - Parte I  , aqui fica uma revisão de vários dos produtos que já utilizei para a pele atópica, pelo menos nos anos recentes. Para facilitar, vou dividir entre produtos de limpeza, hidratação e complementos.

A começar pela LIMPEZA:



Com a pele que tenho, não posso usar um gel de banho qualquer. Não pode ser muito agressivo, senão a pele fica a parecer que foi toda esfolada ou então fica toda ressequida. Por outro lado, gosto de um bom cheirinho. Sim, produtos específicos para pele atópica têm a desvantagem de não ter perfumes, mas sinceramente a mim não me traz problemas, pelo que opto por produtos não tão específicos para atopia só para poder usar coisas cheirosas...... e eu ADORO o cheiro da Nivea.

O benefício deste produto é que já é bem hidratante o que facilita bastante as coisas no passo seguinte, o colocar o creme corporal.
 
 


Ok, full disclosure, quando eu o usei não tinha este aspecto. Não sei se foi só a embalagem que mudou ou se também mudou a formulação. Enfim.

Ok, óleo de duche. Parece estranho não é? Mas não. Muito hidratante, como podem imaginar, passamos pelo corpo e basta um pouco de água para fazer espuma. E até tem um cheiro agradável. Eu também fazia outra utilização dele que era de gel para a depilação, pois se o aplicarmos sem água e fizermos uma ligeira massagem, o óleo fica mais consistente e depois de passarmos a lâmina é só lavar as pernas e voilà, macias macias.

E sim, tudo o resto que utilizei foram produtos normalíssimos para peles normais, pelo que não vale a pena referir e vamos à HIDRATAÇÃO.




....ou como eu lhe chamo, Nivea com óleo de amêndoas doces, o que no meu caso faz toda a diferença já que não consigo adquirir o mesmo grau de hidratação com os outros cremes da marca. Já devem ter reparado que eu gosto de Nívea. É verdade, dou-me bem com a marca, o que nos casos de pele atópica é muito importante. Muitas vezes vamos atrás de alguma marca que ouvimos dizer que é muito boa e tal só para descobrirmos que connosco tal não acontece, algum excipiente diferente que nos pode dar alguma reacção alérgica por exemplo. É por isso que muita gente prefere manter-se com gamas já conhecidas pois a probabilidade é que a nossa pele goste do resto dos produtos.
 
 




Este foi uma surpresa. Embora seja chamado de loção, a sua textura é mais espessa, como um creme, e bem hidratante. Não tem perfume, mas o cheiro é agradável. Consigo aplicar directamente em zonas mais sensíveis / pequenas feridas e não arde. Além disso também é muito agradável para fazer massagens nos pés ou utilizar como creme de mãos numa crise de dermatite.
 
 


A gama ph5 é a gama da Eucerin para peles sensíveis. O produto é bom.... mas não para a minha pele. Sinceramente não tem o poder hidratante comparável AtopiControl ou ao Nívea. Talvez para se usar no inverno, mas não tem potência para uma pele sujeita às agressões do verão (altura em que EU sofro mais. Nunca é demais relembrar, esta é a minha perspectiva, sei perfeitamente que outras pessoas têm problemas/experiências diferentes)





Primeiro de tudo, é um leite corporal e como tal bastante fluido. Eu não gosto da textura, parece sempre que não vai hidratar o suficiente. A verdade é que não fico com a pele escamosa, portanto parece que faz o trabalho dele, mas por outro lado não deixa aquela sensação de pele macia ao toque e o cheiro é um pouco "meh", pelo que deixo para outras ocasiões.





Ora aqui está um creme que tem tudo o que procuro num hidratante: A pele fica hidratada, suave ao toque e cheira tão, tão bem. Há quem diga que ele deixa uma textura gordurosa. É possível, em peles que não sejam secas pode não ser tão bem absorvido, mas na minha funciona lindamente.

Posso acrescentar que já tenho experimentado alguns cremes hidratantes que para mim (leia-se, para a minha pele) de hidratante não têm nada. Lembro-me de há uns anos atrás experimentar um Palmolive que me deixou a pele toda escamosa. O produto é mau? Não, a minha mãe adora. Agora, não, não é para mim.

E chegou a parte dos COMPLEMENTOS. Porque há sempre mais aquela coisinha que temos que usar quando a nossa pele não é lá grande coisa....



 
 
Este creme supostamente seria uma alternativa ao uso de cortisonas, mas eu não notei grandes melhoras. Podia ser porque estava numa fase muito muito aguda e que se calhar nem com cortisona lá ia, não sei. De qualquer modo cá está guardadinho sempre pronto a utilizar quando for preciso.
 
 
 
 
 
Outro que não tive uma boa experiência. Não notei grande diferença entre usar este creme ou o meu creme normal a nível de retirar a comichão. Acho que precisa de ser "testado" por alguém que não sofra de comichões tão frequentes para dizer se é um bom produto ou não. Pessoalmente não gostei do cheiro.
 
E pronto, acho que já chega. Um dia ainda gostava de experimentar Avene, Uriage ou A-Derma. Por enquanto vou-me ficando por estes.
 
Até à próxima.

Edit (25/04/17):
Foi só ao escrever sobre peles intolerantes que me lembrei que afinal já tinha experimentado um produto da gama da A-Derma, o Sensifluid Gel Espuma Gordo

 
Não é propriamente específico para peles atópicas, mas serve para mostrar que ás vezes podemos variar de gamas de forma a irmos buscar aquilo que faz mais sentido para a nossa pele. Pele atópica precisa de produtos bastante suaves, com substâncias pouco irritantes tal como as peles sensíveis para as quais este produto é indicado, e como ele tem uma composição gorda, faz todo o sentido usar numa pele seca. Lembro-me de ter gostado da textura (não faz espuma mas deixava a pele muito suave) e de ter um perfume fraquinho mas agradável. Não me lembro se o utilizei durante alguma crise de eczema nem qual foi o resultado, mas não pode ter sido mau, senão lembrava-me, eheh.
 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pele Atópica – Parte I

Quantos de nós já ouvimos falar de pele atópica, dermatite atópica ou eczema sem saber exactamente o que isso é? Geralmente associamos a uma doença qualquer de pele nos bebés, que dá muita comichão e a pele acaba por ficar em carne viva e pouco mais.
Ora bem, pele atópica não é nada mais nada menos que uma pele em que a camada lipídica não é suficiente para reter a água, resultando em secura e hipersensibilidade da pele, podendo dar origem a inflamação (vermelhidão, comichão, borbulhas…). É mais comum nos bebés, pois a pele pode ainda estar imatura e não haver um equilíbrio lipídico adequado, mas também pode continuar pela vida fora até idade adulta. O mais normal porém e desaparecer quando se entra na adolescência.
A dermatite atópica, ou eczema, não é nada mais, nada menos do que o nome dessa inflamação de pele causada pela falta de lípidos que retenham a água. Dermatite= Derme (camada profunda da pele) + “ite” (Inflamação). Não é contagiosa. Tem uma grande componente genética associada: filhos de pais com história de atopia têm mais probabilidades de vir a desenvolver o problema. A parte imunológica também é muito prevalente. Geralmente estas pessoas têm um sistema imunitário muito reactivo que na presença de alérgenos (seja pó, fibras sintéticas, detergentes, fragrâncias…) é excessivamente activado, resultando da tal vermelhidão e prurido descritos anteriormente. Não esquecer que estas peles têm uma camada lipídica reduzida o que faz com que as suas defesas estejam diminuídas e assim qualquer alérgeno que entre em contacto com a pele é mais facilmente detectado pelo sistema imunitário. Outra característica muito comum é que estas pessoas têm maior facilidade de desenvolver outras doenças de carácter alérgico como rinites ou asma.
E quais são as áreas mais afectadas? Bem, nos bebés é a face queixo e pescoço. Mais tarde estende-se às dobras da pele e articulações (cotovelos, parte detrás dos joelhos, pulsos). No adulto as articulações continuam a ser as partes mais afectadas. Contacto com alérgenos, vento, frio ou calor podem desencadear uma crise pois basta que a pele perca a sua camada lipídica. Essa crise pode afectar uma ou várias partes do corpo, e em crises diferentes, locais diferentes podem ser afectados. Passada a crise, entra-se no chamado processo de remissão, em que o corpo entra na cura da pele afectada.
O que fazer então para prevenir e tratar crises? Bastante óbvio por acaso. Se pensarmos que tudo isto surge por falta de lípidos da pele, temos de recolocar os lípidos, ou seja, gordura. Um bom creme hidratante é essencial, de preferência com uma fase gorda bastante pronunciada (isto porque os cremes são constituídos por uma fase aquosa e uma fase lipófila, a chamada fase gorda que neste caso é o que vamos precisar). Também é necessário que o creme tenha poucos ou nenhum perfume e poucos conservantes, de forma a minimizar a formação de alguma alergia.
Outra parte muito importante é a limpeza, uma vez que a água e os produtos de limpeza normais acabam por retirar a gordura da pele (que neste caso é essencial) e que neste caso devem ser substituídos por produtos de limpeza sem sabão que não interfiram no equilíbrio hidrolipídico da pele. E nunca esquecer, que a seguir a uma limpeza temos sempre de hidratar a seguir. Se isto já é verdade numa pele normal, numa pele atópica então é essencial.
Por último existem alguns produtos mais específicos que podem ser usados ou em alturas de crise ou para evitá-las. Por exemplo, um bom creme barreira é sempre essencial quando se sabe que se vai estar em contacto com algo que vai agravar a situação (por exemplo uma ida à piscina ou à praia).
Este é um tema que a mim me diz muito, pois toda a minha vida sofri de pele atópica. E se bem que na adolescência melhorou muito a verdade é que ainda hoje tenho crises de eczema. E sim, já passei por muitos cremes e produtos de limpeza pela minha vida, pelo que vou fazer uma avaliação muito subjectiva no meu próximo post.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Protecção Solar - Parte II

Hoje vou partilhar com vocês as minhas experiências com diferentes protectores solares que usei nos últimos anos. Como tal, é uma avaliação puramente subjectiva, que tem em conta os resultados de diversas aplicações numa só pessoa, moi.

 
 
A Avène tem uma gama de solares para peles sensíveis, que são estes laranjas, e uma gama para peles "ultra-sensíveis" que é a gama branca (protectores minerais). A grande diferença entre este para crianças e o normal, é que este não tem perfume. E sim, isso para mim fez toda a diferença. E agora vocês pensam que é porque assim não me fez reacção alérgica, bláblá, mas não, a diferença que fez é que eu não gostei deste protector. Porque não tinha cheiro. Chamem-me maluca, mas é essa a verdade. Senti falta do cheirinho a protector solar que acabo por associar a praia. Adoro cremes com perfume.
 
Full disclosure, tenho uma pele atópica, alguma tendência a eczema e supostamente deveria usar cremes sem perfume ou outras coisas que me irritem a pele. Ao que parece, o perfume não me irrita a pele. Uso vários cremes hidratantes com perfume e protectores solares também. Acho que a lição a tirar daqui é que cada um deve conhecer a sua pele e usar aquilo que a pele quer, ou suporta. No meu caso suporta perfume e adoro o cheirinho do protector de adultos. Enfim.
 
Fora esse pequeno pormenor, gosto bastante do produto. Espalha bem, não fica branco, escaldões nem vê-los, tudo aquilo que queremos num protector solar. Talvez o único contra tenha sido mesmo a areia que se enfiou no dispositivo de spray e que fez com que não funcionasse (culpa minha!) ou então a minha inabilidade de pulverizar o produto uniformemente (a minha técnica acabou por ser umas borrifadelas e depois com a mão espalhar tudo).
 
 
 
 
 
 
Este foi o protector facial que usei este ano. O meu nariz é muito propenso a queimar e portanto preciso de um factor mais elevado aqui. A Avène tem várias versões, em creme para peles secas, emulsão para normais a mistas, Cleanance para peles oleosas e ainda um com cor para disfarçar imperfeições.
 
O dispensador deixa sair quantidades pequenas no produto o que é ideal para aplicar ou reaplicar no rosto. Este já tem o tal perfume dos solares pelo que foi bastante agradável. A textura é bastante leve, portanto absorve rapidamente e não tive nenhuns problemas com o produto escorrer para os olhos com o suor ou assim. Também já usei como base de maquilhagem.
 
 
 
 
 
Ao principio estava um pouco apreensiva: um óleo como protector solar? Será que resulta? Bem, usei no ano passado e realmente protegeu-me a pele. Agora verdade seja dita, já só usei mais para o fim da época balnear pelo que já estava morena e a pele não precisava de tanta protecção.
 
E o que é o óleo seco? Bem, este óleo tem uma textura diferente é verdade. Em vez daqueles óleos tipo óleo Johnson ou óleo da cozinha que deixa tudo gorduroso, este óleo aplica-se e é rapidamente absorvido deixando a pele hidratada mas não gordurosa (ou pelo menos a minha que é seca. Não sei como funciona com peles mais oleosas). Funciona muito bem também com pessoas peludas, pois espalha melhor que um creme. E deixa um brilhozinho que dá logo um outro aspecto ao bronze.
 
Lado negativo: Não durou de um ano para o outro. O liquido tornou-se baço e esbranquiçado, não tive coragem de o usar este ano. Além disso, mais uma vez, consegui estragar o dispositivo de spray. Ainda tentei desenroscar e usar directamente na palma da mão mas o que ganhei com isso foi besuntar o baralho de cartas com óleo. Agora toda a gente conhece o Ás e o dois de espadas.
 
 
 
 
 
Fora das marcas de farmácia, a Nívea é uma das minhas favoritas, seja em protectores solares seja em loções corporais. Mais uma vez, adoro o perfume. Temos utilizado sempre em loção embora exista também em spray e em óleo, mas desastrada como sou, prefiro a loção, para mim é mais fácil de se aplicar. No entanto já reparei que depois de aplicar convém deixar passar uns minutos até ir à água, pois dá a sensação que o creme vem ao de cima e fiquei com as pernas todas brancas (pode ter sido azar, tenho de experimentar outra vez). Mais uma vez, fez uma boa protecção e deixou a pele hidratada, que mais posso pedir?
 
Quanto à parte do bronzeado, não sei o que dizer. Realmente fiquei morena, mas eu tenho os melanócitos muito activos de natureza, não qual o peso que o produto teve nessa situação.
 
 
 
 
 
Antes de mais, adoro o "gatilho" deste spray. Isto sim, foi feito para pessoas desastradas como eu. Nada de o dedo escorregar para o lado ou assim, ou de não se fazer força suficiente para sair um jacto. Em termos de protecção também não tenho nada apontar, ele fez o seu trabalho.... mas.
 
Mas fez-me também uma alergia que eu não contava com ela. Ao segundo dia de o usar reparei que as minhas pernas estavam cheias de pequenas borbulhinhas que atribuí ao facto de os pelos (inexistentes coffcoffmentiracoff) estarem a nascer. Mas depois comecei a ter noutros sitio em que já não havia essa desculpa. Passados uns 4 dias usei de novo e fiquei desta vez com a barriga cheia das tais borbulhinhas pelo que quase comprova a minha teoria. Mas mais ninguém que usou ficou assim pelo que atribuo à minha pele sensível. Afinal não posso usar qualquer coisa. Em retrospectiva deveria ter usado o Sensitive Advanced talvez. Fica para a próxima.
 
 
E é isto. Gostava de vos dizer que com toda esta utilização de produtos nunca apanhei um escaldão, mas a verdade é que por muito bons que sejam os produtos, se nós não os reaplicarmos regularmente, não há milagres. Já tenho na calha mais algumas marcas que gostaria de experimentar (Eucerin e Piz Buin) mas para isso preciso de mais tempo livre para ir para a praia. Mais algumas marcas que recomendem?
 
Fiquem bem.